terça-feira, maio 08, 2012

Posição fetal




 Tenho uma amiga que mora longe do trabalho ou o trabalho dela é muito longe, que só consegue saber das notícias lendo o jornal no ônibus , pois em casa a atenção a filha e ao marido tornam isso missão impossível.
Posso dizer que a minha amiga é uma exceção nos transportes públicos , já que a maioria que resolve passar seu tempo checando ou enviando mensagens no celular, com a mão curvada , como se fosse numa posição fetal e os dedos em movimento e as caretas compenetradas, por sabe se lá o que estão lendo ou digitando.
O velho livro ou o jornal eram os acompanhantes preferidos para passar o tempo dentro do ônibus ou no metrô, a quantidade de pessoas que eu antigamente via entrertidas nos seus livros era bastante grande e hoje chego a contar nos dedos quem está com um livro de literatura. E quando acho que encontrei algum sujeito lendo algo , muitas vezes me engano e vejo que algum estudante ou universitário com certeza estudando na véspera da prova ou no dia sei lá. Velhos tempos , em que tinha como diversão além da minha própria leitura descobrir o que os outros estavam lendo , cheguei muitas vezes sentar ao lado da pessoa  e perguntar se o livro era bom (cara de pau), alguns simpáticos desenvolviam uma conversa outros resmungavam um sim ou não e voltavam a leitura e eu a minha insignificância e ao meu próprio livro ou jornal.

Embora sempre carregue meu livro na bolsa , agora mesmo parei de ler o meu Philip Roth, meu autor da vez ,para completar esse post e colocar minhas mãos na posição fetal do momento e digitar sem parar o fim da crônica, que escrevi toda dentro de um mega engarrafamento do meu telefone, pela primeira vez 

Nem tudo é mentira

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