sexta-feira, abril 25, 2014

Reminiscencias...

                               

No último domingo ganhei o livro do autor Antonio Prata, chamado “Nu de botas”, fiquei encantada com a forma com que o “menino Antonio” conta as suas recordações de infância. O meu encantamento se deu não só a forma lúdica como ele conta suas crônica, mas por uma real identificação com o tempo que vivi minha infância.
                        Embora sendo mulher, tendo vivido a infância e adolescência nos anos 70/80 recordo bem das brincadeiras e brinquedos da época , alguns de meninos que eu também brincava quando a imaginação acabava e a boneca “Suzi” não tinha mais  nada a oferecer e o interessante era o forte apache e o Playmobil do meu irmãozinho, com sua dezenas de opções.
                        O livro me fez lembrar o carro Dodge vinho do meu avô paterno, Vovô Vavá,  que parecia um carro de cinema, grande e chamativo. Recordei das horas que passava à frente da televisão assistindo perna longa, Flisntones e o Sítio do Picapau Amarelo , da minha primeira bicicleta  grande , era uma caloi ,da cor verde, que usei até onde não podia mais e ela após muito chororô foi substituída por uma Ceci Prata que vinha com cestinha e que eu achava ser a a sensação do condomínio da casa de praia dos meus pais
                         Enfim as reminiscências da minha infância vieram todas à tona cada vez que lia as páginas do livro e uma vontade grande de ter escrito ele. Sempre sinto isso quando gosto muito de algum livro que leio. Confesso que a leitura me trouxe um misto de melancolia e alegria cada vez que lembrava de detalhes daquele que para mim foi um maravilhoso tempo.
                        Intitulei essa crônica de “reminiscências” , pois também a palavra me lembra minha avó materna e minha mãe que adoravam no café da tarde recordar uma história do passado ou da infância de um das duas. E quando acabavam de contar a tal história uma dizia para outra numa espécie de código entre elas , seguido de uma risada: “ Você e suas reminiscências de criança.”
                        O mais engraçado nisso tudo é que em todos os cafés da tarde , as duas quase sempre repetiam as histórias ouvida e contada centenas de vezes. O curioso é saber o motivo de sempre pedirmos para que nossos pais relembrem à antiga história conhecida, que sabemos de cor e salteado e que repetimos com eles as frases ditas e damos juntos sempre as mesmas risadas.
                        Talvez um misto de cumplicidade em ser você o próximo narrador da história de sua família, junto com as risadas geradas e por que não a própria melancolia de contar para o outro ouvinte a sua própria história , que provavelmente não serão chamadas de reminiscências, termo antigo , mas com certeza serão recordações e lembranças ou outro nome inventado, mas para mim serão sempre apenas reminiscências.

Nem tudo é mentira.
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